Apresentação

O acervo pessoal do arquiteto Assis Reis sofreu duas grandes perdas. A primeira ocorreu na década de 1980, quando o depósito de seu escritório foi inundado provocando a perda das maquetes de seus principais projetos. Na segunda, em 2008, em sua residência e em evento similar, foram danificados parte de documentos, fotografias, plantas e desenhos.

A importância desse acervo foi dada inicialmente pelo próprio Assis Reis, ainda em 2005, com a organização e catalogação de uma quantidade considerável de livros adquiridos ao longo da sua vida profissional.

Foi em 2011, com o falecimento de Assis, que se reconhece que o acervo não poderia ficar limitado exclusivamente aos familiares, devendo ser disponibilizado ao público em geral, em especial, pesquisadores, arquitetos e estudantes de arquitetura. Afinal, ele gostava de compartilhar suas experiências profissionais. De fato, foi pensando nisso que dedicou grande parte de seu tempo, durante os últimos anos da sua vida, à elaboração de uma trilogia de livros sobre sua obra a qual ficou quase concluída e, à ideia de escrever outro livro sobre “fazer arquitetura”.

Através do patrocínio da Secretaria de Cultura do Governo da Bahia (SECULT) e reconhecendo a importância da trajetória profissional de Assis Reis para a própria história da arquitetura baiana, foram iniciados em 2013 os trabalhos de organização e catalogação de seu acervo. No entanto, dado o expressivo volume de material foi necessário dividir o trabalho em etapas. Nesta primeira etapa contemplaram-se a recuperação e digitalização de plantas, fotografias, desenhos e slides além da conversão digital de fitas VHS com registros de entrevistas e participações em eventos diversos. Diante do extenso volume de projetos houve a necessidade de priorizar aqueles que se destacaram do conjunto da sua obra, tais como o Centro Médico Albert Schweitzer (1967), o Solar das Mangueiras (1976), o Solar Itaigara (1977) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (1978). Os projetos que não foram contemplados neste primeiro momento serão disponibilizados gradativamente.

Faz-se necessário ressaltar que se buscou ampliar o conjunto desse acervo com documentação disponibilizada por outros profissionais. Nesse sentido, gostaríamos de agradecer, especialmente, aos arquitetos Gilberbet Chaves e Alberto Cordiviola.

Este acervo digital constitui-se no ponto de partida de uma proposta maior que tem por objetivo principal a criação do Centro de Documentação da Arquitetura Baiana (CEDAB) que deverá reunir não só o acervo físico do arquiteto Assis Reis, mas, também os de outros arquitetos baianos.

 

Márcia Silva dos Reis

José Carlos Huapaya Espinoza